segunda-feira, 30 de julho de 2012

Problemas à vista

Por se tratar de um carro usado de quilometragem elevada, assim que comprei a L200 fiz uma boa revisão: troquei todos fluídos, correias, pastilhas e demais peças cuja dor de cabeça em caso de pane seria muito superior ao custo de trocá-las desde logo. 

Depois dessa primeira revisão, fiz três "visitas" a concessionária/oficina mecânica: a primeira foi para trocar uma mangueira do sistema de resfriamento que estava furada. A seguinte foi logo após a primeira e, segundo minha esposa, última trilha do "Marchador": o motor começou a fazer um ruído mais forte e levei pra ver o que era. A terceira foi para trocar a válvula wastegate, que estava travada (relatei esse incidente específico no tópico Regulagem da L200 do Fórum 4x4 Brasil).

Pois bem ("pois mais ou menos", na verdade). Já desde algum tempo vinha notando alguns sintomas de que algo estava errado com a viatura: 
  • a média de combustível vinha caindo. De quase 11 km/l agora ela vinha fazendo perto de 8km/l a, no máximo 9km/l;
  • o problema da válvula wastegate voltou;
  • a temida fumaça branca apareceu;
  • o radiador tava baixando água.
Já suspeitando de algumas coisas, tive agora um tempinho pra levá-la na oficina. Batata! O radiador estava com uma mangueira com a braçadeira frouxa e, o pior dos pesadelos, a junta do cabeçote foi pro saco e o próprio cabeçote trincou... 

Agora é esperar a viatura ficar pronta e pagar a facada...

sexta-feira, 13 de julho de 2012

O Começo de tudo...

Sou morador de Brasilia e todo final de semana eu vou ao Goiás, pegando um tantinho de estrada de chão daquelas que no "inverno" (época das chuvas) conseguem ficar bem cabulosas e lamacentas e no “verão” (época da seca) quebram até coco de tão duras...

Eu tinha dois carros de passeio seminovos (dois modelos compactos 1.4) que eram veículos perfeitos para cidade mas que estavam se desintegrando na terra...  Ao mesmo tempo, na verdade desde sempre, eu era apaixonado pelas L200. Amor daqueles à primeira vista: o porte, o barulho do motor, as linhas, o jeitão meio bruto de carro pra gastar até acabar nesse Brasil afora...

E assim, juntei a fome com a vontade de comer e realizei meu velho sonho: comprei uma L200 GLS 2003 com mais de 170.000km rodados. Louco? Doido? Maluco? Talvez.

Mas com uma pitada de racionalidade: Já que (i) não teria condições de comprar uma 0km à vista do jeito que eu queria e (ii) sou apaixonado por carros mais velhos, antes de comprar pesquisei MUITO sobre esse mundo doido e apaixonante das picapes. Visitei diversos Fóruns e sites que têm material riquíssimo tanto sobre a Mit quanto sobre virtualmente qualquer picape que se queira conhecer ( "santo google"!). Fucei também sites estrangeiros onde obtive manuais sobre a viatura, seu motor etc., olhei em lojas diversas picapes (Hilux, Frontier, Ranger, D20, F1000), fiz contas de custo-benefício etc... Ou seja, tentei me cercar do máximo de informações possíveis para que, ao comprar uma picape eu já soubesse de antemão o máximo possível sobre o que estava adquirindo...

Aí foi aquela coisa, como dizem “não é você quem escolhe o carro, é o carro que escolhe você”. Eu tava olhando numa concessionária e foi aquela cena de filme: gamei na hora nessa L200. A quilometragem tava alta – se aproximando da marca que dizem ser tão temida (200.000km) mas eu gastei um dia inteiro só pra olhar a viatura, rodei com ela, levei ao mecânico e só depois de estar certo de que era uma boa compra, eu fechei o negócio.

Assim que comprei, fiz aquela troca por garantia: flúidos, correias etc., pois com carro usado é melhor abrir um pouco o bolso e prevenir que remediar tendo que abrir a conta toda do banco e mais um pouco...

CLARO que tive minhas surpresas: com uma semana da aquisição, ela começou a aquecer. Eu, que já sabia das minhas pesquisas na internet que o 4D56 da GLS "quadradinha" não era de fazer isso à toa, logo fui olhar o motor com calma e descobri um furo na mangueira do radiador. Arrumei na hora meio ajambradamente (outra prevenção que eu tomo: andar sempre com uma caixinha de ferramentas e utilidades de urgência, como superbonder, silver tape, parafusos, arruelas etc.) e levei na ccs. (já que ainda não conhecia nenhum mecânico a quem pudesse confiar a viatura – outra coisa que eu aprendi na internet: o motor da Mit L200 é melindroso e se não for num bom "meca" é melhor não ir a "meca" nenhum...) e ficou bom. Aproveitei também pra trocar a tampa do radiador que não era original – no Fórum tem diversos tópicos mostrando o que pode acontecer a um motor em que esse pequeno e aparentemente bobo detalhe (tampa do radiador) foi esquecido.
Depois, tive um problema na valvula wastegate – que tratei num tópico aqui mesmo tb. e o povo me deu boas e certeiras dicas sobre como resolver (aos poucos vou relatando tudo que se passou com a minha picape).

No mais, troco de óleo a cada 5.000km a 7.000km, fiz uma programação de manutenção preventiva de acordo com o manual do proprietário (trocando cada peça em sua km correta - vou postar isso aqui também), registro e acompanho todas médias de combustível (desde a compra até hj.), verifico níveis de tudo e mais um pouco com periodicidade paranóica. Tudo para tentar identificar indícios de anormalidades que, se não apurados em tempo, podem virar grandes problemas...

E assim tenho convivido com minha L200 (apelidada “Marchador” em homenagem à famosa raça de cavalos) nos últimos 40mil km sem maiores surpresas. Trata-se de meu veículo de utilização diária, recreação, transporte de ração, adubo etc. que além de grandes alegrias tb. me transformou no “frete” da família e camaradas (sério: um dia eu vou cobrar pra ficar levando os móveis do tio, do primo, do amigo de um lado pro outro...).

Pra mim é uma felicidade imensa acordar e, ao ligar o motor, escutar o castanhar toda manhã – como se a viatura me desse bom dia, desejando uma boa ida ao colégio com a criançada, um bom trabalho ou um bom descanso no final de semana!

Enfim, eu vejo a minha L como aquela velha calça jeans que tá quase se desfazendo mas é a melhor de usar, sabe? E como não pretendo trocá-la tão cedo, espero poder divulgar aqui um belo dia que ela chegou à marca dos 250.000km, 300.000km, 400.000km... embora saiba muito bem que o 4D56 pode estar me reservando alguma surpresinha lá em suas entranhas oleosas (cabeçote? Juntas? Pistões? Vai saber).

Ah! Também tomei outro cuidado que muita gente esquece: cotar valor de peças e seguro. Meu corretor (já falecido, que Deus o proteja!) muito honestamente me deu um dos conselhos mais valiosos que alguém que realmente se preocupa com vc. poderia dar: “amigo, pensa bem... um parabrisa de picape pode sair até 7mil reais, os pneus são tb. caríssimos... o carro pode até não ser tão caro, mas os outros gastos são bem altos! Não vale a pena...” Eu refletí muito sobre esse aspecto e só fui em frente quando estava 100% convencido que poderia arcar com eventuais prejuízos e que não me chatearia ou ficaria decepcionado com minha compra se isso viesse a acontecer.

E nessa toada, quem quiser comprar uma picape, seja ela nova, semi-nova, usada ou surrada, tem que ter em mente que as peças (mesmo aquelas de manutenção preventiva ou periódica) costumam ser significativamente mais caras que suas correspondentes em carros de passeio (especialmente os 1.0, usualmente com valores mais baixos do mercado para peças etc.). Se não levar isso em conta, é tiro certo para uma futura decepção ou desilusão – ou pior, uma manutenção meia-boca que pode colocar o comprador, seus familiares e terceiros em perigo! 

O lance que eu quero passar nessas tantas linhas que acabei escrevendo (acabou virando uma declaração de amor à minha picape, né?!) é, na verdade, bem simples: eu sabia o que estava comprando. Sabia (e sei) dos problemas crônicos da L200 (motor, espaço, conforto pros passageiros do banco traseiro etc.) e de suas qualidades (robustez, confiabilidade, suspensão, beleza etc.). Sei também que ela pode me deixar na mão a qualquer momento. 
Mas eu fui lá e paguei menos de 40 paus conscientemente: mesmo que eu acabe gastando no final das contas uns 20k - pra fazer o motor sei lá -, ainda vou ter gastado, no total, menos de 60k com ela em manutenção – e que viatura eu poderia comprar por este valor que eu tivesse GARANTIA que não teria nunca dor de cabeça? Eu mesmo respondo: nenhuma! E, como falei no começo, comprar uma zeradinha nunca esteve nas minhas possibilidades... Daí fui pro abraço!!!

É isso! Me desculpem pelo longo relato, mas acho que essa visão pode ajudar aqueles que desejam, como eu um dia desejei, entrar nesse apaixonante mundo das viaturas 4x4...
Abraços!
(Postado originalmente em 10/02/2012 19:44 em http://www.4x4brasil.com.br/forum/mitsubishi/99607-minha-primeira-l200-duvidas-3.html#post1627252. Editado para essa postagem)


Esse eu indico!

Eu tenho, além desse blog, um site também dedicado à Mitsubishi L200 (https://sites.google.com/site/l200ownersclub/). Lá eu procuro divulgar o máximo de informações, documentos e imagens das mais diversas fontes sobre essa picape apaixonante.

Enquanto o blog foi criado para dividir minhas experiências, o site é voltado à divulgação de informações sobre o modelo. 

Visite os dois!

https://sites.google.com/site/l200ownersclub/)