quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Experiência com o S50

Hoje, por total falta de opção, coloquei um tanque cheio com o diesel S50. 

Para efeito de comparação, o diesel "normal" está custando aqui no Distrito Federal entre R$2,04 e R$ 2,15 aproximadamente. Pelo S50 paguei R$2,23. 

Como postei anteriormente, a princípio uma viatura como a minha não tem a menor necessidade de usar o novo combustível - ainda mais sendo mais caro.  No entanto, já que eu tive que colocar o S50 (já que estava na reserva da reserva - algo que não se deve fazer nunca -  e o posto em que parei só tinha este combustível), vamos ver no que dá: vou abastecer três tanques com o diesel mais limpo e tentarei identificar eventuais mudanças no comportamento da L200. 

Tem colegas que verificaram aumento no combustível e redução na fumaça. A minha picape está consumindo no diesel normal  uma média de 10,3km/l e não fumaça desde a última mexida no motor. Assim, sendo mais caro, gastando mais e não mudando nada na emissão de fumaça, no meu caso específico, essa experiência possivelmente não terá qualquer ganho financeiro de curto prazo. A conferir...

Atualizando o post (18/01/2013 - 12:53):

Depois de quatro tanques com S50, posso dizer que não senti a menor diferença prática no uso diário da minha viatura. Como o preço é consideravelmente mais alto que o do diesel comum, vou é voltar pra alternativa menos onerosa mesmo...

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Incrementar a viatura. Ou não?

Acho que todo apaixonado por seu carro pensa ao menos uma vez POR DIA em como incrementá-lo. Em como deixá-lo mais personalizado ou mais esportivo ou mais offroad ou mais original (especialmente nos casos dos antigos). As vezes, não é para dar uma personalidade ao veículo, mas tão-somente adequá-lo a determinada(s) necessidade(s).

No meu caso, tenho algumas idéias e projetos para ter a minha L200 cada vez mais adequada às minhas necessidades e conveniências e, assim, de quebra, deixá-la com a minha cara. Ou seja, para mim, o determinante é a função e não a forma.

Mas isso não impede que eu viva fuçando a internet e revistas especializadas, pensando sempre coisas novas (e as vezes até conflitantes), imaginando tal acessório na minha viatura e na minha vida cotidiana.

Até agora posso dizer que, de acessórios, só adquiri mesmo um rack inflável HandiRack, igual ao da foto abaixo:


Só carro chique como o meu usa rack inflável... hehehe!


A minha ideia original era comprar um bagageiro como o da L200 Savana aí ao lado, que é um modelo que acho lindo demais e combina com o estilo da viatura. No entanto, a escolha do modelo inflável se deu justamente em razão da necessidade que eu tinha de um rack com a conveniência e praticidade que enxerguei num equipamento de encher e esvaziar. Um motivo foi a possibilidade de retirá-lo com facilidade e guardá-lo no próprio carro e outro, foi pensando na economia - já que, como é sabido, a maioria dos acessórios que se coloca na parte externa do carro interfere na aerodinâmica e, consequentemente, provoca aumento de combustível e de ruídos.

Além disso, o principal uso para o qual foi pensado o rack é o transporte de caiaques, para o que o rack inflável é mais prático que um bagageiro.

Outros acessórios estão ou já estiveram na "fila de espera".

Um que eu desistí de colocar são os pneus mud, que são aqueles próprios para barro e lama. Embora o visual seja fantástico, sua praticidade é perto de ZERO para quem, como eu, usa a viatura mais no dia-a-dia que em trilhas: são pneus ruidosos, mais instáveis/desconfortáveis e gastam mais rápido no asfalto. Além disso tudo, são mais caros que os AT que sempre equiparam minha L200.

Outro que passou pela minha cabeça e já saiu é o teto solar. Trata-se de mais um acessório incrível do ponto de vista estético, mas que na minha visão tem alguns poréns quando não vem de fábrica, como os modelos que andei olhando - todos da WebastoO maior de todos é o fato de se ter que fazer uma alteração irreversível na carroceria. E não são apenas uns furinhos ou algo assim, mas um corte enorme no teto - parte do veículo cuja importância estrutural não deve ser ignorada. 

Essa não é a minha, mas dá pra ter uma idéia de como ficaria
Uma questão que vejo no teto solar que não é de fábrica é o aumento exponencial na possibilidade de dores de cabeça. Explico: um carro, por mais perfeitinho que venha de fábrica, sempre está sujeito a defeitos. E quanto mais  roda e mais velho fica, maiores são as possibilidades de problema. Dentro desta lógica, instalar um equipamento eletrônico que fica exposto às intempéries e pressões exercidas pelas torções da carroceria durante o uso (especialmente num 4x4) e que necessita de manutenção periódica e cuidados específicos pode ser equivalente a chamar os problemas com um autofalante... Pra quem tem dinheiro e tempo de sobra, pode até ser um hobby, mas esse certamente não é o meu caso.

De todo modo, não posso negar que fiquei bem tentado...


Também desistí de trocar minhas lanternas de filamento comuns por outras de LED deste tipo por que, segundo lí na Coluna do Boris Feldman:

"o artigo 230 do Código de Trânsito Brasileiro deixa clara a proibição da alteração do sistema de iluminação de qualquer veículo. Porém, a Resolução 292 permite alterações que sejam submetidas a inspeção de órgãos credenciados pelo Inmetro. Você deve levar a nota fiscal das lâmpadas para que os avaliadores confiram a regulagem dos faróis, fornecendo um laudo sobre a emissão de luz. Com a aprovação em mãos, o dono do carro deve comparecer ao Detran e solicitar que essa alteração, totalmente legalizada, conste no documento de seu veículo. Se você não fez isso, está sujeito sim a multa". Ou seja, é muito trabalho para pouco resultado.

Finalmente, ainda estão na minha fila de desejos os itens a seguir (as marcas não são necessariamente aquelas que pretendo comprar, mas somente as que eu já pesquisei na internet):

Umas rodas novas estão sendo cogitadas, mas para o futuro, já que o desenho das rodas originais ainda me agrada bastante...

domingo, 28 de outubro de 2012

Atualização - Manutenções

Fiquei um tempo sem postar, porque a vida não é brincadeira não...

Desde o reparo que fiz no motor, a minha L200 rodou mais de 7.000 km e está redondinha redondinha. Perto dos 240.000km rodados, a viatura está uma delícia (como sempre). Guiá-la e escutar o barulho castanhado do 4D56 roncando nas aceleradas não tem comparação. O consumo está na casa dos 10km/l. Não é maravilhoso, mas tá bom.

Como sempre, fiz a troca de óleo e filtros perto dos 5mil km (tá, um pouco depois, porque, como eu já disse, a vida é puxada!) e também fiz troca das pastilhas de freio e fluídos. Sobre as pastilhas de freio, uma dica que todo mundo deve saber mas as vezes é esquecida: quando elas se desgastam, fazem um ruído metálico, parecendo o das rodas dos trens rangendo nos trilhos. A razão disto pode ser (veja sempre com seu mecânico de confiança) o desgaste - o ruído é uma indicação de que já passou da hora de trocar as pastilhas.

Ainda sobre os freios, achei interessante as observações que encontrei na internet, no site de uma empresa chamada Pruden Auto Mecânica e acho válido compartilhar:

Manutenção de Freio ABS/EBD, Freio a Disco, Freio de Mão

O sistema de freios, é um dos elementos mais importantes na mecânica dos automóveis, pois trata-se de um componente de segurança. São projetados, desenhados e dimensionados, com o objetivo de manter a capacidade de desaceleração do veículo consideravelmente maior que sua capacidade de aceleração.Composto por um disco ou por um tambor, ou ainda pelos dois, o sistema cumpre sua função pressionando as peças contra a roda, impedindo o movimento da mesma. O primeiro sistema é composto por duas pastilhas, que prendem um disco que acompanha o movimento da roda, enquanto o segundo, através de uma pressão aplicada por lonas colocadas dentro do tambor, faz com que a roda pare. A maior parte dos carros desenvolvidos atualmente possuí um sistema misto, composto por dois discos, à frente, e dois tambores atrás. Alguns possuem discos nas quatro rodas, o que aumenta significativamente a estabilidade na travagem/frenagem. Um dos principais fatores que ajudam a uma melhor performance dos travões/freios é a utilização de um fluido de lubrificação adequado e a correta manutenção dos discos, pastilhas, lonas e tambores.
O tambor é uma das partes do sistema, responsável pela dissipação por energia térmica, gerada durante a travagem/frenagem. A correta dissipação da energia permite que o sistema não sofra sobreaquecimento e melhora a sua capacidade de realizar tal transformação.

O que é Freio ABS
O freio ABS (acrônimo para a expressão alemã Antiblockier-Bremssystem, embora mais frequentemente traduzido para a inglesa Anti-lock Braking System) é um sistema de frenagem (travagem) que evita que a roda bloqueie (quando o pedal de freio é pisado fortemente) e entre em derrapagem, deixando o automóvel sem aderência à pista. Assim, evita-se o descontrole do veículo (permitindo que obstáculos sejam desviados enquanto se freia) e aproveita-se mais o atrito estático, que é maior que o atrito cinético (de deslizamento). A derrapagem é uma das maiores causas ou agravantes de acidentes; na Alemanha, por exemplo, 40% dos acidentes são causados por derrapagens.
Funcionamento do Freio ABS
O ABS atual é um sistema eletrônico que, utilizando sensores, monitora a rotação de cada roda e a compara com a velocidade do carro. Em situações de frenagem cotidianas, o sistema ABS não é ativado. Quando a velocidade da roda cai muito em relação à do carro, ou seja, na iminência do travamento, o sistema envia sinais para válvulas e bombas no sistema de óleo do freio, aliviando a pressão. Essa operação causa uma vibração quando se "pisa fundo" no pedal do freio, o que deve ser considerado pelo motorista como operação normal do sistema. O Sistema EBD faz a distribuição da frenagem da roda de forma que cada uma receba uma força de frenagem diferente, o que gera maior segurança na freagem.
Como Detectar o Defeito nos Freios?
Rangidos:
Um dos sinais identificáveis de problemas de freio é o rangido por desgaste das pastilhas ou do disco. Preste atenção cada vez que você frear e solte várias vezes o pedal de freio.
Depois de trocar as pastilhas do freio, este barulho pode ser normal durante alguns dias.
Sentir o freio:
Ao pisar no freio, a sensação deve ser de firmeza. O pedal deve se deslocar facilmente e o carro deve frear conforme você for pisando. Se o pedal estiver frouxo, pode ser um sinal de problemas.
Oscilações ao frear:
Se o carro desliza levemente em ziguezague (para a esquerda e para a direita alternadamente), provavelmente o problema é das pastilhas de freio (gastas ou de má qualidade).
Se isso acontecer, procure nossa oficina mecânica para substituí-las.
Ausência de freio:
As pastilhas de freio gastas ou de má qualidade podem perder a potência de freio durante uma tentativa de redução de velocidade longa ou brusca. As peças perdem suas propriedades originais por aquecimento. Você vai notar que, para manter o mesmo nível de freio, é preciso pisar cada vez mais fundo no pedal e o carro freará menos.

e, como eu sempre digo, manutenção e segurança sempre em primeiro lugar!

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Diesel S50 - colocar ou não colocar?

Hoje estava conversando com um colega de trabalho que tem uma Chevrolet S-10 Diesel 2004 ou 2005 e ele me contou que dois mecânicos de sua confiança lhe indicaram abastecer com o novo tipo de diesel, o S50. Como até onde eu sabia esse combustível era indicado somente para os motores tipo "Euro V", resolví dar uma pesquisada na internet sobre o assunto.

Compartilho abaixo o que encontrei, sempre com a indicação da fonte da informação:

O óleo diesel é um combustível líquido cuja principal caracteristíca é permitir sua queima à alta taxa de compressão no interior da câmara de combustão. Em geral, quanto maior a taxa de compressão, maior será a eficiência na conversão da energia térmica em energia cinética (movimento linear do pistão). Essa característica em conjunto à baixa velocidade de combustão permitem a ignição (por compressão, ver ciclo diesel) desse combustível, dispensando o uso de centelhas, velas de ignição e todo seu sistema elétrico. A simplicidade (confiabilidade) do motor diesel, seu regime de baixas rotações (queima lenta) e sua alta compressão (peças internas mais robustas) permitem seu uso em aplicações pesadas como furgões, ônibus, caminhões, embarcações marítimas, máquinas de grande porte, locomotivas, navios e aplicações estacionárias (geradores elétricos, por exemplo). A evolução dos projetos de motores diesel permitiu seu funcionamento em rotações maiores e o uso de peças mais leves, adequando sua utilização também aos automóveis (carros de passeio).
A densidade do diesel de petróleo é de cerca de 0,853 kg/L, que é mais pesado que a gasolina em 12%. Cada litro quando queimado oferece um valor de energético de 35,86 MJ (que também é mais que a gasolina que é de 32,18 MJ/L) e liberta 2,6 Kg de CO2.(Também convenientemente expresso na forma de 1 litro/100km = 26.5 g/km CO2 usado para calcular as emissões dos veículos a diesel). Em 2011 motores turbo a diesel conseguem eficiências da ordem 45% entre energia química em energia mecânica (Valor superior aos motores a gasolina que são 30%.
O óleo diesel, de acordo com sua aplicação, é comercializado no Brasil como: Rodoviário ou Marítimo.
Especificamente sobre o óleo diesel rodoviário, tem-se que é classificado como do tipo A (sem adição de biodiesel) ou do tipo B (com adição de biodiesel). A Resolução da ANP nº 42 apresenta a seguinte nomenclatura para o óleo diesel rodoviário:
"Art. 3º Fica estabelecido, para feitos desta Resolução, que os óleos diesel A e B deverão apresentar as seguintes nomenclaturas, conforme o teor máximo de enxofre:
a) Óleo diesel A S50 e B S50: combustíveis com teor de enxofre, máximo, de 50 mg/kg.
b) Óleo diesel A S500 e B S500: combustíveis com teor de enxofre, máximo, de 500 mg/kg.
c) Óleo diesel A S1800 e B S1800: combustíveis com teor de enxofre, máximo, de 1800 mg/kg."
(Fonte: Wikipedia)

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Aqui no Brasil são dois os tipos que serão utilizados em veículos: o S-50 e o S-10 (S= enxofre, 10 ou 50 ppm = partícula por milhão). Eles foram desenvolvidos para atender os limites de emissão, ou seja, vão diminuir a poluição atmosférica. Atualmente, o diesel vendido nos postos de combustíveis dos grandes centros é o S-500 e no interior, S-1800. Desde janeiro de 2012 o S50 entrou no mercado e, a partir de 2013, ele será substituído pelo S-10

Os veículos mais antigos podem ser abastecidos com o novo diesel, o S-50?
Sim. Mas antes alguns cuidados devem ser tomados, como por exemplo, a limpeza total do tanque. Como esse novo diesel se autocontamina muito rápido e fácil e, consequentemente, acumula muita água, maximizando a produção da borra, é recomendada a assepsia do tanque. É obrigatório efetuar uma limpeza do tanque de combustível e de sua linha, antes da introdução do novo biodiesel S-50. Mas atenção! Não utilizar água em hipótese alguma nessa limpeza, pois devido às características higroscópicas (capacidade de atrair água) desse novo produto, a água e umidade são os grandes inimigos que devem ser evitados a todo custo. Além disso, toda a linha de injeção de combustível no tanque deve ser limpa, incluindo a troca dos filtros.

O S-50 pode causar algum problema nos veículos fabricados antes de 2012?
É difícil de prever, mas um componente que pode existir dentro de um tanque, pode reagir com componentes desse novo combustível e desencadear efeitos indesejáveis. Isso é mais provável de ocorrer nos veículos muito antigos, pois dentro desses tanques existem depósitos e formações de vários subprodutos. O novo diesel S-50 é muito melhor que o seu antecessor e vale a pena investir nesse novo combustível, porém é recomendável e, principalmente, para os veículos mais antigos, é essencial uma limpeza do tanque.

Os veículos novos podem ser abastecidos com o S-500 ou S-1800?
Só em caso de extrema emergência, onde não tenha nenhum posto que venda o combustível atual. Isso porque vai prejudicar o funcionamento do motor, além de ser proibido pela ANP – Agência Nacional de Petróleo. Recomendamos ao posto desconsiderar essa prática e só fazê-lo com solicitação escrita do usuário. Caso isso ocorra, o motorista deve reabastecer o mais rápido possível, mas antes é indicado esvaziar o tanque e fazer uma limpeza. Esses combustíveis provocam: aumento das emissões, entupimento do catalisador e filtro, aumento do consumo, redução da vida útil do motor, entre outros problemas.

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O enxofre presente no diesel em proporções superiores a 50 ppm (caso do S-500 e do S-1800) é um contaminante que reduz a vida útil do catalisador existente nos motores da geração Euro 5/Proconve 7, comprometendo o desempenho do veículo. 

Segundo a Resolução 63 da ANP (Agência Nacional do Petróleo Gás Natural e Biocombustíveis), de 07/12/2011, todos os revendedores varejistas de combustíveis automotivos que comercializarem óleo diesel deverão confeccionar adesivos coloridos, afixando-os em local de destaque, nas bombas abastecedoras do produto.
(Fonte: Petrobras)

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O enxofre é um aditivo da formula básica do óleo diesel que tem propriedades lubrificantes (pelas bombas, injetores e os mesmos pistões durante a combustão). Lembro que os pistões dos motores diesel, na maioria, têm um anel dedicado a "raspar" o excesso de combustível para evitar que contamine o lubrificante.  

O enxofre já vem no Diesel e a quantidade depende do petróleo e do corte do Diesel. Ele é removido por hidrotratamento. Processo caro que requer grandes quantidades de hidrogênio e unidades de recuperação de enxofre
(Fonte: Forum 4x4Brasil)

 E você? Como tem abastecido sua viatura?
 

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Como é dirigir um caminhãozinho?

Muita gente que possui automóvel de passeio pergunta como é dirigir um "caminhãozinho". Quais as principais diferenças? Quais as semelhanças? O que é melhor e pior?

Nesse post vou tentar trazer um pouco da experiência que tenho com a minha L200, minha primeira e até o momento única picape. 

Antes de mais nada, acho que vale apresentar a ficha técnica da viatura:

(Fonte aqui)
Esses dados são importantes, pois dirigir uma picape com outras caracteristicas técnicas pode resultar numa experiência completamente diferente daquela que eu tenho condições de passar aqui.

Mesmo entre as L200 há diferenças significativas de motor, que podem alterar a percepção ao volante: Ao que parece, todas, desde as primeiras importadas no início da década de 1990, eram turbodiesel, com a mesma potência aproximada de 87cv que a minha tem. Com o lançamento das L200 GLS HPE a potência foi aumentada para 118cv. Pouco depois, surgiu a L200 Sport com bomba de combustível eletrônica, turbina de rotor variável (TGV) e novo resfriador (intercooler), fazendo a potência subir para 121 cv e o torque para 26,2 m.kgf. Na HPE, com gerenciamento do motor mais elaborado, como variação da pressão do turbo VGT e parâmetros diferenciados para controle da bomba de injeção eletrônica, a potência passou para 141 cv e o torque a 30.6 m.kgf (fonte aqui). E assim ficou até a chegada da L200 Triton que é OUUUTRO utilitário...

Comparações com outras picapes, então, fica ainda mais complicado, já que são muitas variáveis para se poder afirmar qualquer coisa sem dirigí-las.

Nos blogs e fóruns da internet, o que se pode deduzir sobre a L200 "quadradinha" é que se trata de um veículo robusto, com ótima estabilidade e qualidade construtiva. Peca pelo espaço interno reduzido, pela dureza da direção e da suspensão e pela potência acanhada. Diz-se que os modelos de 87cv e 121cv não costumam sofrer de problemas crônicos de aquecimento como as de 141cv. Muito resumidamente, é por aí (ao menos o que eu já pude ler).

Da minha experiência hoje de um ano e meio com o "Marchador", posso dizer que essas características se confirmam quase que totalmente: realmente a picape aguenta trancos fortes, estradas esburacadas ou inexistentes. É um bicho feito para a lida mesmo.

Na estrada não se pode esperar um desempenho de carro de passeio ou de picapes com motores mais fortes. Aqui, de fato, ela se comporta como um verdadeiro caminhãozinho...

Nas rodovias ela fica pra trás mesmo. Das mais antigas, destaque pra Ranger que parece que nem toma conhecimento da minha L200 (tadinha!). As novas Triton, Hilux, Amarok etc. só não passam voando quando não querem...

Em velocidade de cruzeiro, perto dos 100~110km/h, o motor gira nos 2500~2800rpm e assim ela vai tranquila. Nas subidas, nem adianta querer manter a velocidade sem aumentar o giro, porque não dá. Por outro lado, como um bom motor turbodiesel, após os 2000rpm o torque aparece, bastando pisar no acelerador pra ela puxar bem.

Ela é sempre estável e "na mão" - respeitando-se o fato de ser uma picape e, assim, ter o centro de gravidade alto e maior risco de sair de traseira com a caçamba vazia.

Do que já percebi, o comportamento tanto do motor quanto da suspensão é bem constante, estando ela vazia ou carregada, o que é ótimo, pois evita surpresas desagradáveis.

Na cidade, os problemas do projeto já antigo são bem perceptíveis: o espaço nos bancos traseiros é reduzido, servindo apenas as crianças de modo confortável. E mesmo tendo espaço para as perninhas, a molecada sofre com a dureza da suspensão da L200 ao passar pela buraqueira das ruas (ela é definitivamente feita mais para o trabalho puxado que para as idas ao colégio...). 

A direção é bem pesada mesmo. Eu só não sofro com isso, porque Brasília é uma cidade que ainda conta com espaços amplos para trafegar e estacionar, lembrando aquelas cidades americanas do cinema. No entanto, se tiver que viajar com ela para o Rio de Janeiro ou para São Paulo - cidades que conheço bem -, sei que vou sofrer ao parar a viatura numa vaga apertada ou entrar em vielas mais estreitas... 

Os freios são medianos. Eu ando sempre dando mais de um carro de distância de quem vem na frente para não correr riscos desnecessários, já que picape com caçamba vazia  e sem ABS pode travar e escorregar mesmo...

Algo que sempre me agrada quando volto à picape depois de passar um tempo com carro de passeio é a altura e o campo de visão que se tem. Sempre que dirijo um carro "normal" me sinto dirigindo um Puma ou um kart de tão baixinho e acanhado que me sinto... não dá pra comparar.

No mais, características únicas de dirigir meu "Marchador" são o castanhar do motor, a vibração suave que passa para o interior do veículo (meus filhos adoram pra dormir... hehehe) e a impressão que ele pode me levar para qualquer lugar que eu queira e ainda voltar mais inteiro que o motorista!

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Interação

Se você, solitário leitor, tiver alguma dúvida, sugestão ou pergunta, fique a vontade para interagir - a idéia é essa. 
Ao longo da semana pretendo postar umas fotos que fiz com o Marchador por aí.
Abraços a todos!
O Coração da fera (4D56)

domingo, 12 de agosto de 2012

Idiossincrasia


Foi publicada no dia 7 de agosto de 2012 uma reportagem do Best Cars sobre o Mitsubishi Lancer.

O que mais gostei foi a forma como descreveram a idiossincrasia característica da fabricante da L200:

"Sabemos que cada fabricante no mundo tem suas peculiaridades — e talvez a Mitsubishi seja uma das mais peculiares. A maioria de nós a conhece como um fabricante de automóveis, quando ela é na verdade um gigantesco conglomerado industrial que já produziu de lapiseiras a foguetes aeroespaciais, passando por sistemas de refrigeração, eletrônicos, geradores, aviões, navios, mísseis e equipamentos pesados. Fiat e Hyundai também são empresas que atuam em outras áreas além da automotiva, mas curiosamente na Mitsubishi o ramo dos veículos, apesar de ser grande, não é o maior de seus negócios.

Talvez por isso, e ainda se tratando de peculiaridades, seu departamento de estilo não seja tão adepto à pompa e aos holofotes da mídia como a maioria desses departamentos nas empresas mundo afora. Fica evidente o foco da empresa em ter uma gama de bons produtos (...)" (http://bestcars.uol.com.br/bc/informe-se/analise-estilo/383-mitsubishi-lancer/)

Dito isso, vale a pena conhecer um pouco da história da Mitsubishi aqui, aqui e aqui.


Muita gente não sabe, mas a L200 vendida no Brasil é, desde 1998, fabricada sob licença da marca japonesa em Catalão, Goiás, pela MMC Automotores do Brasil Ltda. - MMCB (empresa criada pelo responsável até então pela importação oficial do modelo, Eduardo Souza Ramos).

Com o início da produção brasileira, alguns componentes da L200 passaram a ser fabricados na planta de Catalão, embora o motor 4D56 continuasse vindo do Japão (e assim até hoje).

Mais sobre a história da Mitsubishi L200 (no Brasil e no mundo) aqui e aqui.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Finalmente!

Finalmente o Marchador ficou pronto!

Confesso que vinha nessas duas semanas com sentimentos contraditórios, de medo pelo custo do conserto e de ansiedade para ter minha viatura de volta.

Ontem de tarde me ligaram e avisaram que a picape tava pronta. Ótimo! Não tem como negar que fiquei muito feliz: A sensação de ficar acima da linha de teto da maioria dos carros, tendo um campo de visão ampliado; o castanhar do motor diesel enchendo na acelerada; a aspereza da suspensão no rodar e nos pulos transmitindo solidez do veículo e passando todas imperfeições do solo à minha coluna... tudo isso junto e misturado me leva à conclusão que não sei mais andar de carro "pequeno" e a saudade da L200 tava grande.

Bem, resumindo a história, minha L200 tá de volta, com o motor tinindo de novo (ao menos é o que parece - vamos acompanhar), pronta pras estradas da vida...


segunda-feira, 30 de julho de 2012

Problemas à vista

Por se tratar de um carro usado de quilometragem elevada, assim que comprei a L200 fiz uma boa revisão: troquei todos fluídos, correias, pastilhas e demais peças cuja dor de cabeça em caso de pane seria muito superior ao custo de trocá-las desde logo. 

Depois dessa primeira revisão, fiz três "visitas" a concessionária/oficina mecânica: a primeira foi para trocar uma mangueira do sistema de resfriamento que estava furada. A seguinte foi logo após a primeira e, segundo minha esposa, última trilha do "Marchador": o motor começou a fazer um ruído mais forte e levei pra ver o que era. A terceira foi para trocar a válvula wastegate, que estava travada (relatei esse incidente específico no tópico Regulagem da L200 do Fórum 4x4 Brasil).

Pois bem ("pois mais ou menos", na verdade). Já desde algum tempo vinha notando alguns sintomas de que algo estava errado com a viatura: 
  • a média de combustível vinha caindo. De quase 11 km/l agora ela vinha fazendo perto de 8km/l a, no máximo 9km/l;
  • o problema da válvula wastegate voltou;
  • a temida fumaça branca apareceu;
  • o radiador tava baixando água.
Já suspeitando de algumas coisas, tive agora um tempinho pra levá-la na oficina. Batata! O radiador estava com uma mangueira com a braçadeira frouxa e, o pior dos pesadelos, a junta do cabeçote foi pro saco e o próprio cabeçote trincou... 

Agora é esperar a viatura ficar pronta e pagar a facada...

sexta-feira, 13 de julho de 2012

O Começo de tudo...

Sou morador de Brasilia e todo final de semana eu vou ao Goiás, pegando um tantinho de estrada de chão daquelas que no "inverno" (época das chuvas) conseguem ficar bem cabulosas e lamacentas e no “verão” (época da seca) quebram até coco de tão duras...

Eu tinha dois carros de passeio seminovos (dois modelos compactos 1.4) que eram veículos perfeitos para cidade mas que estavam se desintegrando na terra...  Ao mesmo tempo, na verdade desde sempre, eu era apaixonado pelas L200. Amor daqueles à primeira vista: o porte, o barulho do motor, as linhas, o jeitão meio bruto de carro pra gastar até acabar nesse Brasil afora...

E assim, juntei a fome com a vontade de comer e realizei meu velho sonho: comprei uma L200 GLS 2003 com mais de 170.000km rodados. Louco? Doido? Maluco? Talvez.

Mas com uma pitada de racionalidade: Já que (i) não teria condições de comprar uma 0km à vista do jeito que eu queria e (ii) sou apaixonado por carros mais velhos, antes de comprar pesquisei MUITO sobre esse mundo doido e apaixonante das picapes. Visitei diversos Fóruns e sites que têm material riquíssimo tanto sobre a Mit quanto sobre virtualmente qualquer picape que se queira conhecer ( "santo google"!). Fucei também sites estrangeiros onde obtive manuais sobre a viatura, seu motor etc., olhei em lojas diversas picapes (Hilux, Frontier, Ranger, D20, F1000), fiz contas de custo-benefício etc... Ou seja, tentei me cercar do máximo de informações possíveis para que, ao comprar uma picape eu já soubesse de antemão o máximo possível sobre o que estava adquirindo...

Aí foi aquela coisa, como dizem “não é você quem escolhe o carro, é o carro que escolhe você”. Eu tava olhando numa concessionária e foi aquela cena de filme: gamei na hora nessa L200. A quilometragem tava alta – se aproximando da marca que dizem ser tão temida (200.000km) mas eu gastei um dia inteiro só pra olhar a viatura, rodei com ela, levei ao mecânico e só depois de estar certo de que era uma boa compra, eu fechei o negócio.

Assim que comprei, fiz aquela troca por garantia: flúidos, correias etc., pois com carro usado é melhor abrir um pouco o bolso e prevenir que remediar tendo que abrir a conta toda do banco e mais um pouco...

CLARO que tive minhas surpresas: com uma semana da aquisição, ela começou a aquecer. Eu, que já sabia das minhas pesquisas na internet que o 4D56 da GLS "quadradinha" não era de fazer isso à toa, logo fui olhar o motor com calma e descobri um furo na mangueira do radiador. Arrumei na hora meio ajambradamente (outra prevenção que eu tomo: andar sempre com uma caixinha de ferramentas e utilidades de urgência, como superbonder, silver tape, parafusos, arruelas etc.) e levei na ccs. (já que ainda não conhecia nenhum mecânico a quem pudesse confiar a viatura – outra coisa que eu aprendi na internet: o motor da Mit L200 é melindroso e se não for num bom "meca" é melhor não ir a "meca" nenhum...) e ficou bom. Aproveitei também pra trocar a tampa do radiador que não era original – no Fórum tem diversos tópicos mostrando o que pode acontecer a um motor em que esse pequeno e aparentemente bobo detalhe (tampa do radiador) foi esquecido.
Depois, tive um problema na valvula wastegate – que tratei num tópico aqui mesmo tb. e o povo me deu boas e certeiras dicas sobre como resolver (aos poucos vou relatando tudo que se passou com a minha picape).

No mais, troco de óleo a cada 5.000km a 7.000km, fiz uma programação de manutenção preventiva de acordo com o manual do proprietário (trocando cada peça em sua km correta - vou postar isso aqui também), registro e acompanho todas médias de combustível (desde a compra até hj.), verifico níveis de tudo e mais um pouco com periodicidade paranóica. Tudo para tentar identificar indícios de anormalidades que, se não apurados em tempo, podem virar grandes problemas...

E assim tenho convivido com minha L200 (apelidada “Marchador” em homenagem à famosa raça de cavalos) nos últimos 40mil km sem maiores surpresas. Trata-se de meu veículo de utilização diária, recreação, transporte de ração, adubo etc. que além de grandes alegrias tb. me transformou no “frete” da família e camaradas (sério: um dia eu vou cobrar pra ficar levando os móveis do tio, do primo, do amigo de um lado pro outro...).

Pra mim é uma felicidade imensa acordar e, ao ligar o motor, escutar o castanhar toda manhã – como se a viatura me desse bom dia, desejando uma boa ida ao colégio com a criançada, um bom trabalho ou um bom descanso no final de semana!

Enfim, eu vejo a minha L como aquela velha calça jeans que tá quase se desfazendo mas é a melhor de usar, sabe? E como não pretendo trocá-la tão cedo, espero poder divulgar aqui um belo dia que ela chegou à marca dos 250.000km, 300.000km, 400.000km... embora saiba muito bem que o 4D56 pode estar me reservando alguma surpresinha lá em suas entranhas oleosas (cabeçote? Juntas? Pistões? Vai saber).

Ah! Também tomei outro cuidado que muita gente esquece: cotar valor de peças e seguro. Meu corretor (já falecido, que Deus o proteja!) muito honestamente me deu um dos conselhos mais valiosos que alguém que realmente se preocupa com vc. poderia dar: “amigo, pensa bem... um parabrisa de picape pode sair até 7mil reais, os pneus são tb. caríssimos... o carro pode até não ser tão caro, mas os outros gastos são bem altos! Não vale a pena...” Eu refletí muito sobre esse aspecto e só fui em frente quando estava 100% convencido que poderia arcar com eventuais prejuízos e que não me chatearia ou ficaria decepcionado com minha compra se isso viesse a acontecer.

E nessa toada, quem quiser comprar uma picape, seja ela nova, semi-nova, usada ou surrada, tem que ter em mente que as peças (mesmo aquelas de manutenção preventiva ou periódica) costumam ser significativamente mais caras que suas correspondentes em carros de passeio (especialmente os 1.0, usualmente com valores mais baixos do mercado para peças etc.). Se não levar isso em conta, é tiro certo para uma futura decepção ou desilusão – ou pior, uma manutenção meia-boca que pode colocar o comprador, seus familiares e terceiros em perigo! 

O lance que eu quero passar nessas tantas linhas que acabei escrevendo (acabou virando uma declaração de amor à minha picape, né?!) é, na verdade, bem simples: eu sabia o que estava comprando. Sabia (e sei) dos problemas crônicos da L200 (motor, espaço, conforto pros passageiros do banco traseiro etc.) e de suas qualidades (robustez, confiabilidade, suspensão, beleza etc.). Sei também que ela pode me deixar na mão a qualquer momento. 
Mas eu fui lá e paguei menos de 40 paus conscientemente: mesmo que eu acabe gastando no final das contas uns 20k - pra fazer o motor sei lá -, ainda vou ter gastado, no total, menos de 60k com ela em manutenção – e que viatura eu poderia comprar por este valor que eu tivesse GARANTIA que não teria nunca dor de cabeça? Eu mesmo respondo: nenhuma! E, como falei no começo, comprar uma zeradinha nunca esteve nas minhas possibilidades... Daí fui pro abraço!!!

É isso! Me desculpem pelo longo relato, mas acho que essa visão pode ajudar aqueles que desejam, como eu um dia desejei, entrar nesse apaixonante mundo das viaturas 4x4...
Abraços!
(Postado originalmente em 10/02/2012 19:44 em http://www.4x4brasil.com.br/forum/mitsubishi/99607-minha-primeira-l200-duvidas-3.html#post1627252. Editado para essa postagem)


Esse eu indico!

Eu tenho, além desse blog, um site também dedicado à Mitsubishi L200 (https://sites.google.com/site/l200ownersclub/). Lá eu procuro divulgar o máximo de informações, documentos e imagens das mais diversas fontes sobre essa picape apaixonante.

Enquanto o blog foi criado para dividir minhas experiências, o site é voltado à divulgação de informações sobre o modelo. 

Visite os dois!

https://sites.google.com/site/l200ownersclub/)