quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Como é dirigir um caminhãozinho?

Muita gente que possui automóvel de passeio pergunta como é dirigir um "caminhãozinho". Quais as principais diferenças? Quais as semelhanças? O que é melhor e pior?

Nesse post vou tentar trazer um pouco da experiência que tenho com a minha L200, minha primeira e até o momento única picape. 

Antes de mais nada, acho que vale apresentar a ficha técnica da viatura:

(Fonte aqui)
Esses dados são importantes, pois dirigir uma picape com outras caracteristicas técnicas pode resultar numa experiência completamente diferente daquela que eu tenho condições de passar aqui.

Mesmo entre as L200 há diferenças significativas de motor, que podem alterar a percepção ao volante: Ao que parece, todas, desde as primeiras importadas no início da década de 1990, eram turbodiesel, com a mesma potência aproximada de 87cv que a minha tem. Com o lançamento das L200 GLS HPE a potência foi aumentada para 118cv. Pouco depois, surgiu a L200 Sport com bomba de combustível eletrônica, turbina de rotor variável (TGV) e novo resfriador (intercooler), fazendo a potência subir para 121 cv e o torque para 26,2 m.kgf. Na HPE, com gerenciamento do motor mais elaborado, como variação da pressão do turbo VGT e parâmetros diferenciados para controle da bomba de injeção eletrônica, a potência passou para 141 cv e o torque a 30.6 m.kgf (fonte aqui). E assim ficou até a chegada da L200 Triton que é OUUUTRO utilitário...

Comparações com outras picapes, então, fica ainda mais complicado, já que são muitas variáveis para se poder afirmar qualquer coisa sem dirigí-las.

Nos blogs e fóruns da internet, o que se pode deduzir sobre a L200 "quadradinha" é que se trata de um veículo robusto, com ótima estabilidade e qualidade construtiva. Peca pelo espaço interno reduzido, pela dureza da direção e da suspensão e pela potência acanhada. Diz-se que os modelos de 87cv e 121cv não costumam sofrer de problemas crônicos de aquecimento como as de 141cv. Muito resumidamente, é por aí (ao menos o que eu já pude ler).

Da minha experiência hoje de um ano e meio com o "Marchador", posso dizer que essas características se confirmam quase que totalmente: realmente a picape aguenta trancos fortes, estradas esburacadas ou inexistentes. É um bicho feito para a lida mesmo.

Na estrada não se pode esperar um desempenho de carro de passeio ou de picapes com motores mais fortes. Aqui, de fato, ela se comporta como um verdadeiro caminhãozinho...

Nas rodovias ela fica pra trás mesmo. Das mais antigas, destaque pra Ranger que parece que nem toma conhecimento da minha L200 (tadinha!). As novas Triton, Hilux, Amarok etc. só não passam voando quando não querem...

Em velocidade de cruzeiro, perto dos 100~110km/h, o motor gira nos 2500~2800rpm e assim ela vai tranquila. Nas subidas, nem adianta querer manter a velocidade sem aumentar o giro, porque não dá. Por outro lado, como um bom motor turbodiesel, após os 2000rpm o torque aparece, bastando pisar no acelerador pra ela puxar bem.

Ela é sempre estável e "na mão" - respeitando-se o fato de ser uma picape e, assim, ter o centro de gravidade alto e maior risco de sair de traseira com a caçamba vazia.

Do que já percebi, o comportamento tanto do motor quanto da suspensão é bem constante, estando ela vazia ou carregada, o que é ótimo, pois evita surpresas desagradáveis.

Na cidade, os problemas do projeto já antigo são bem perceptíveis: o espaço nos bancos traseiros é reduzido, servindo apenas as crianças de modo confortável. E mesmo tendo espaço para as perninhas, a molecada sofre com a dureza da suspensão da L200 ao passar pela buraqueira das ruas (ela é definitivamente feita mais para o trabalho puxado que para as idas ao colégio...). 

A direção é bem pesada mesmo. Eu só não sofro com isso, porque Brasília é uma cidade que ainda conta com espaços amplos para trafegar e estacionar, lembrando aquelas cidades americanas do cinema. No entanto, se tiver que viajar com ela para o Rio de Janeiro ou para São Paulo - cidades que conheço bem -, sei que vou sofrer ao parar a viatura numa vaga apertada ou entrar em vielas mais estreitas... 

Os freios são medianos. Eu ando sempre dando mais de um carro de distância de quem vem na frente para não correr riscos desnecessários, já que picape com caçamba vazia  e sem ABS pode travar e escorregar mesmo...

Algo que sempre me agrada quando volto à picape depois de passar um tempo com carro de passeio é a altura e o campo de visão que se tem. Sempre que dirijo um carro "normal" me sinto dirigindo um Puma ou um kart de tão baixinho e acanhado que me sinto... não dá pra comparar.

No mais, características únicas de dirigir meu "Marchador" são o castanhar do motor, a vibração suave que passa para o interior do veículo (meus filhos adoram pra dormir... hehehe) e a impressão que ele pode me levar para qualquer lugar que eu queira e ainda voltar mais inteiro que o motorista!

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Interação

Se você, solitário leitor, tiver alguma dúvida, sugestão ou pergunta, fique a vontade para interagir - a idéia é essa. 
Ao longo da semana pretendo postar umas fotos que fiz com o Marchador por aí.
Abraços a todos!
O Coração da fera (4D56)

domingo, 12 de agosto de 2012

Idiossincrasia


Foi publicada no dia 7 de agosto de 2012 uma reportagem do Best Cars sobre o Mitsubishi Lancer.

O que mais gostei foi a forma como descreveram a idiossincrasia característica da fabricante da L200:

"Sabemos que cada fabricante no mundo tem suas peculiaridades — e talvez a Mitsubishi seja uma das mais peculiares. A maioria de nós a conhece como um fabricante de automóveis, quando ela é na verdade um gigantesco conglomerado industrial que já produziu de lapiseiras a foguetes aeroespaciais, passando por sistemas de refrigeração, eletrônicos, geradores, aviões, navios, mísseis e equipamentos pesados. Fiat e Hyundai também são empresas que atuam em outras áreas além da automotiva, mas curiosamente na Mitsubishi o ramo dos veículos, apesar de ser grande, não é o maior de seus negócios.

Talvez por isso, e ainda se tratando de peculiaridades, seu departamento de estilo não seja tão adepto à pompa e aos holofotes da mídia como a maioria desses departamentos nas empresas mundo afora. Fica evidente o foco da empresa em ter uma gama de bons produtos (...)" (http://bestcars.uol.com.br/bc/informe-se/analise-estilo/383-mitsubishi-lancer/)

Dito isso, vale a pena conhecer um pouco da história da Mitsubishi aqui, aqui e aqui.


Muita gente não sabe, mas a L200 vendida no Brasil é, desde 1998, fabricada sob licença da marca japonesa em Catalão, Goiás, pela MMC Automotores do Brasil Ltda. - MMCB (empresa criada pelo responsável até então pela importação oficial do modelo, Eduardo Souza Ramos).

Com o início da produção brasileira, alguns componentes da L200 passaram a ser fabricados na planta de Catalão, embora o motor 4D56 continuasse vindo do Japão (e assim até hoje).

Mais sobre a história da Mitsubishi L200 (no Brasil e no mundo) aqui e aqui.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Finalmente!

Finalmente o Marchador ficou pronto!

Confesso que vinha nessas duas semanas com sentimentos contraditórios, de medo pelo custo do conserto e de ansiedade para ter minha viatura de volta.

Ontem de tarde me ligaram e avisaram que a picape tava pronta. Ótimo! Não tem como negar que fiquei muito feliz: A sensação de ficar acima da linha de teto da maioria dos carros, tendo um campo de visão ampliado; o castanhar do motor diesel enchendo na acelerada; a aspereza da suspensão no rodar e nos pulos transmitindo solidez do veículo e passando todas imperfeições do solo à minha coluna... tudo isso junto e misturado me leva à conclusão que não sei mais andar de carro "pequeno" e a saudade da L200 tava grande.

Bem, resumindo a história, minha L200 tá de volta, com o motor tinindo de novo (ao menos é o que parece - vamos acompanhar), pronta pras estradas da vida...